terça-feira, 7 de dezembro de 2010

SOLTEIRA SIM, SOZINHA NUNCA

Este é o título do livro de Bárbara Feldon.

Andei pensando também na palavra solteira. Pesquisei no dicionário Aurélio e encontrei a seguinte definição:
Significado de Solteira
adj. Diz-se da mulher que ainda não se casou. / Diz-se das fêmeas (de animais) que não têm filhos. / &151; S.f. Mulher que ainda não se casou.”

Definições alheias à parte, prefiro a minha própria: “Solteira – aquela mulher que está solta” ;-))
Sim, mas solta de quê exatamente? Solta de tanta coisa........

Solta das alianças: a do dedo e as da sociedade...
Solta dos compromissos: não ser obrigada a prometer nada a ninguém...
Solta no tempo e no espaço: ter seu próprio tempo, ter a casa, a cama e o banheiro todo para você.
Solta das amarras: amarras que lhe impedem de fluir vida adentro e descobrir novos caminhos, amigos e ninhos.
Solta pelo vento: sentir sua existência leve como uma bandeira a balançar no mastro....
Enfim, sentir-se uma unidade.
Mas o melhor de ser solteira; de estar solta, é poder se encaixar justamente por não fazer parte de uma engrenagem,
É poder se dar sem ter sido cobrada.
É se comprometer altruistamente.
É partilhar seu tempo e espaço.
É se abraçar aos mastros encontrados no caminho, os amigos e os ninhos.
É experimentar a diversidade do tempo - ora tempestade. Ora bonança.
Sim, é tudo isso e algo mais.

Sem querer fazer publicidade para o livro citado, a sinopse diz que,
“Depois de uma série de relacionamentos que não deram certo, Barbara Feldon viu-se vivendo sozinha. Na época ela não sabia, mas esse se tornaria um dos períodos mais enriquecedores e prazerosos de sua vida. Agora, a autora revela os segredos para viver sozinha e ser feliz assim. Ela dá receitas contra a solidão e os medos e responde todas as perguntas que surgem quando se vive sem um parceiro, abordando tanto os aspectos emocionais quanto os práticos da vida de solteira. Com este livro você vai aprender a: - parar de achar que o casamento é a solução para a solidão; - ter uma excelente auto-estima, que não dependa de um admirador; - valorizar relações e amizades que podem estar sendo negligenciadas; - desenvolver seu lado criativo; - acabar com o pensamento negativo. Seja você jovem ou mais experiente, ´Solteira sim, sozinha nunca´ vai lhe ensinar como viver uma vida plena e feliz, desfrutando das aventuras e recompensas da vida de solteira.” (O grifo é meu).

Senti muita vontade de escrever sobre este tema porque ontem, solteira como estou (leia-se aqui “solta”), me senti sozinha.
Era domingo, o dia estava lindo, o sol mais que brilhava e eu não queria ficar em casa.

Minha filhota dormia! Ela, assim como Everaldo (meu gato persa), faz parte desta geração que ama a madrugada, mas detesta a alvorada KKKKKK...





Amigos ocupados...... parentes distantes.... enfim, eu não ia desperdiçar um dia tão lindo e tão meu... então resolvi ir à praia.


De cadeira e guarda-sol a postos, armei “acampamento” no lugar que mais gosto e
lá fiquei curtindo uma sensação mista de solidão e prazer por estar na praia.


Passados alguns instantes, como uma lâmpada que se acende, eu subitamente passei não só a olhar, mas a ver e curtir as cores deste marzão que Deus nos deu, as ondas, as pessoas, as crianças, os cães cujos donos insistem em levar à praia mesmo sendo proibido.

Havia também o vendedor de coco que, na esperança de me vender um, me cumprimentou de uma forma tão humilde e calorosa.....

O vendedor de picolé passou e acenou.....

Um novo casal chegou com 2 filhos pequenos e se instalou próximo a mim, fazendo-me lembrar dos meus filhos quando eram pequenos e me acompanhavam......

De repente eu estava tão cheia de gente ao meu redor que minha solidão se dissipou, e restou o prazer de estar em minha companhia, de contemplar as famílias, de sentir o calorzinho do sol na minha pele, de poder agradecer a Deus por ter o privilégio de estar ali usufruindo a liberdade, a sensação de ser senhora de mim mesma, sem egoísmo ou culpas.


Fiquei tão repleta de mim mesma que resolvi entrar no mar.

Novas sensações, novas percepções vieram: maré baixa, pequenas piscinas de águas transparentes se formam, e nelas você pode observar um pouco da vida marinha; a cor das algas que varia do verde-cana ao roxo-berinjela (hum... tô inspirada!!!! rsrsrs), as pequenas conchas reluzentes á luz do sol.... Enfim tanta vida ao redor!












Mas, não pensem que fiquei sozinha na água não! Além das muitas crianças a brincar e pais a olhar, quando menos espero até o Nemo veio me visitar rsrsrsrs, eis um peixinho amarelo e preto a mordiscar minha perna! ( peixe morde???... Sei lá KKKK )
Obrigada Nemo por me fazer companhia!

Em cada um deles vi uma beleza contagiante que transformou meu dia!

Negar que família faz falta seria, no mínimo, desonesto, mas percebi que o bom da vida está em você se bastar e reparar nos pequenos detalhes que quase nunca observamos, seja por problemas, seja por condicionamento, seja por carência.

Por tudo isso, agradeci muito ao grandioso Criador o dom da vida, e por este planeta tão bem preparado para todos nós.

5 comentários:

  1. Coisa linda!
    É por isso que todos os dias eu aprendo mais com vc.

    Te amo!
    PS: Ainda bem que minha cara não aparece ali! =)

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  2. Tão belamente curtido que até um comentário nosso soa como um elemento estranho a deturpar um momento que é só seu. Bonita a sensação expresssa! Muito bonito cada dia vc se mostrar aos poucos e cada coisa nova é uma surpresa agradável. Um desabrochar tão intenso que fico imaginando qual será o limite!

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  3. Bonito! Muito bonito! Parabéns pela inspiração

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  4. Ai , amiga, q vontade de ter ido pra praia com vc... Q inveja! Até senti o cheiro do sargaço, sabia? Ouvi o arrulhar das ondas... senti vontade de correr atras do moço do picolé, jogar muita conversa fora na areia,,,
    Delicioso texto!
    Zilhões de kisses!

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  5. Oi Luiza, estava aqui eu sozinha (mas não solteria)lendo seu post. Me bateu uma certa melancolia...vontade de infancia talvez?? mas o fato é... meus filhos cresceram mas meus pensamentos não...ainda os tenho pequenos....ha saudade.
    Um abraço apertado!

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