domingo, 3 de abril de 2011

HEBRAICO

Ufa... tanto tempo sem postar que resolvi me dar um puxão de orelha rsrsrsr.
Também... depois de constatar na minha pasta de fotos para o blog que tenho mais de 300 imagens e levo quase 4 meses sem postar não tem puxão de orelha que resista rsrsrsrs

Por outro lado, lembro dos amigos que vez por outra me dão o prazer de visitar meu bloguito e me senti em falta com eles..... é que eu estava no hábito de sempre vincular as postagens à estórias e situações vividas, ou realizações na minha casinha, ou encontros, desencontros, ilusões e desilusões enfim, ocasioões que disparam em mim a vontade de escrever. Isto nem sempre é possível, porque, apesar da vida estar cheias de fatos, nem sempre podem ser aproveitados para postar. Mas esta semana foi diferente.

Como sabem, eu trabalho num Programa de Pós-Graduação e esta semana estive com um aluno recém-aprovado que, devido a uma viagem a Israel, não teve como fazer a matrícula e por isso contou com minha ajuda. Para encurtar a estória, esta semana ele retornou e nós conversamos um pouco sobre a viagem, os costumes, as diferenças e ele me disse que foi aprimorar seus estudos na língua judaica. Ele é judeu. Imediatamente eu me lembrei de uma situação inusitada que me fez rir de mim mesma! Veja como foi a estória:

Em 2006 eu fui fazer um curso de inglês no Canadá, na cidade de Vancouver. Como não gosto de voar muitas horas non stop eu sempre procuro uma oportunidade de quebrar, por assim dizer, o itinerário e ver parentes ou amigos na cidade de partida para o exterior.

Enfim, o vôo era: Salvador - São Paulo - Toronto - Vancouver. Decidi parar 2 dias em Sampa para ver meu irmão que mora lá faz um tempão e, ao mesmo tempo, conhecer as tão faladas ruas 25 de março e José Paulino; e de quebra fazer umas comprichas básicas KKKKKK que não sou besta nem nada.
Como fui em setembro, as lojas estavam liquidando roupas de inverno, e foi muito bom porque pude comprar algumas peças de frio somente para usar em Vancouver, afinal que roupa de frio eu poderia aproveitar aqui em Salvador!!!!! neste calorão que faz o ano todo?
Comprei uma blusa que gostei muito, mas havia uma inscrição nela em hebraico e ninguém na loja sabia o que estava escrito.



















Eu já não não gosto de usar roupas com frases em outro idioma (aliás frase nenhuma), e sem saber o que estava escrito muito menos..... mas o preço estava tão bom e a blusa era tão linda que resolvi arriscar, mas confesso que com certa preocupação.

Viajei para Vancouver e depois de alguns dias, já conhecendo mais a cidade, que por sinal é lindíssima, eu fui ao centro da cidade após as aulas. Chegando lá, entrei numa loja chamada Sears, esta loja já esteve no Brasil mas não sei onde. A que está em Vancouver é enorme..... de tão grande que é, os departamentos têm dentro da própria loja, no nome das ruas porque senão você não sabe por onde sair.
Olha a Sears aqui:

Continuando a estória, entrei na loja e fiquei deslumbrada..... muito linda, sortida, bem sinalizada, muitas roupas de grife (por falar em roupas, neste dia eu estava usando a famosa blusa que comprei em São Paulo que não é de grife mas muito lindinha rsrsrsrs). A loja também é frequentada por pessoas de muitas nacionalidades - uma peculiaridade em Vancouver! você vê além dos canadenses muitos indianos, hispânicos, e principalmente orientais. Tal não foi minha surpresa quando olhei em uma direção e vi um jovem senhor com um filho pequeno, ambos judeus, usando aquelas roupas pretas e aquele cabelo típico!

Como boa brasileira que sou rsrsrsrs descolada, amistosa e, acima de tudo, sem vergonha no bom sentido, me aproximei dele pedi desculpas pela abordagem e me identifiquei como brasileira, e expliquei meu dilema com a inscrição em hebraico na blusa que estava usando, e perguntei se ele se incomodaria de traduzir para mim!

Não preciso dizer que ele me olhou com a maior cara de espanto (no exterior as pessoas não são tão despojadas como nós, ninguém se aproxima de outro sem conhecer de forma tão despretensiosa....) enfim, acho que ele entendeu a situação e foi muito gentil..... olhou a inscrição e disse que eram 3 palavras em hebraico e que significavam: Amor, esperança e saudade!

Ufa, que alívio, não era nada que me fizesse deixar de usar a blusa!
Depois de trocarmos algumas poucas palavras, agradeci muito a boa-vontade e seguimos nosso caminho..... eu feliz com a tradução e ele com certeza com uma boa impressão da amistosidade e despreendimento do brasileiro rsrsrsrsr

Há que se perguntar: porque eu ri de mim mesma? basta imaginar a cena, e perceber que tive muita presença de espírito para ter agido assim. Tanta coisa podia ter acontecido..... ele podia ter me ignorado, ter ficado com má impressão... sei lá..... tanta coisa passou pela minha cabeça, mas o melhor de tudo foi o desfecho da estória.

Tenho minha blusinha até hoje, já está bem velhinha mas eu continuo guardando ela e as lembranças de uma viagem que marcou minha vida.

2 comentários:

  1. Queridissima, nós tínhamos Sear´s aqui em Sampa. Era uma "dilicia". Gostei da história. Amor, esperança e saudade... hum... ando meio assim, cheia de amor, com saudades dos objetos de meu amor e na esperança de tornar a revê-los.... Quem sabe.... E veja se não para de postar q a gente fica com saudade mesmo! Mil bjs!

    Até de repente! Precisamos botar a conversa em dia!

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  2. Shalom! E saudades dos seus posts, saudades de você, saudades da tua elegância, da tua bondade, da tua inteligencia! Poste mais, rs

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